segunda-feira, 22 de março de 2010

"Classe D é a bola da vez"

Publicado no Mundo do Marketing.

A afirmação foi feita na coluna de Sylvia de Sá em 16/03/2010.

A matéria, que pode ser lida na íntegra aqui, aponta que as empresas que se focarem em entender o comportamento de consumo dessa classe que, segundo a matéria, tem mais de R$ 300 bilhões para gastar em 2010, sairão na frente.

A coluna ainda faz uma observação específica sobre embalagens. Segundo o texto, "Marcas que usem embalagem ou material de comunicação para orientar estes consumidores estão no caminho certo. A venda deve ser assistida, o que faz com que o papel do autoserviço seja menor na classe D, que prefere comprar em feira livre, no varejo tradicional ou com um vendedor porta a porta, para que receba explicações sobre a melhor maneira de usar o produto."

Publicado em Mundo do Marketing.

Redação Macau.

terça-feira, 16 de março de 2010

Marketing com sentido


Você estava folheando uma revista feminina na sala de espera do dentista quando se deparou com a foto de uma modelo usando uma belíssima cor de batom. No rodapé da página, a marca e o código: “09cr - juicy blossom”. Você anotou no seu caderninho.
Só que na farmácia você descobre que há outro batom, de outra marca e fabricante, com uma cor bastante parecida com a “juicy blossom”, só que um pouquinho mais caro. Olhando no display você descobre: esse está destinando 2% do lucro da sua venda a uma comunidade de rendeiras do interior do Bahia. Tinha até a foto delas e o nome da campanha, que contava que eram elas quem confeccionavam a bolsinha (de renda, é claro) que você ganharia ao comprar três unidades do produto.
Tudo bem, o batom número 2 era um pouco mais caro, mas saber que a empresa que o fabrica teve essa preocupação, esse cuidado com as rendeiras... Puxa, porque não haveria você de fazer a mesma coisa, não é mesmo? Fato é que agora você precisa de um batom e aquele, além de deixar seus lábios belos e brilhosos, ainda ajudaria uma comunidade no interior da Bahia a ter uma oportunidade a mais nessa vida. E ainda vinha com uma bolsinha!
Marketing Social ou de Causa.
É isso que a empresa do batom n. 2 fez. E essa estratégia fala diretamente com você, uma pessoa obviamente consciente e antenada.
Os anos 1990 foram marcados por processos de convencimento do setor privado para que voltasse seus olhos (e bolsos) às causas sociais. ONGs por todo planeta se transformaram em porta vozes dessas causas (até então, SUAS causas) e exerciam influência definitiva na forma como a empresa doaria seu dinheiro. Aliás, o próprio termo ‘ONG’ – Organização NÃO Governamental - vem de um período no qual o importante era se diferenciar do Governo, NEGAR o governo, fazer mais do que o Governo, no lugar do Governo. Era uma situação tristemente estereotipada: a Empresa ganha dinheiro e polui o ar e os rios; a ONG salva o mundo; e Governo cobra imposto. Mas, como tudo muda...
Século XXI em curso... ONGs não precisavam mais dar as costas ao Governo, pelo contrário, passaram a perceber que precisavam ajudá-los a cumprir com suas missões ensinando-lhe os caminhos, mostrando resultados, servindo como inspiração de suas políticas. Empresas começaram a fortalecer seus braços institucionais e a buscar, elas próprias, seus caminhos para “fazer a sua parte”. Mas aí, bom... Aí não bastava doar. Porque aí, e como não há nada de errado com isso, as empresas começaram a perceber que, primeiro, se não fizessem sua parte direito, pagariam por isso mais tarde. E segundo, se deram conta de que, ao fazer uma coisa legal, tinham uma oportunidade de aumentar seus lucros. E assim a gestão empresarial foi invadindo a gestão do social. Em outras palavras, as empresas deixaram de doar e passaram a investir. As causas? Passaram a ser de todos. Instituições de todos os setores, indivíduos de todo o planeta.
Agora, depois da historinha, hora de um pouco de polêmica: será que é possível mesmo que uma empresa faça Marketing Social de maneira real, ética e lucrativa? Será que rola mesmo isso de promover o tal “ganha, ganha” e, ainda, sendo coerente com o seu core business? Aliás, será que é importante que exista coerência entre o negócio da empresa e suas ações de marketing relacionado à causa?
Pensemos o seguinte: se a marca americana de lingerie Victoria’s Secret fosse lançar uma ação ou campanha de responsabilidade social... Na sua opinião, o que faria mais sentido –fosse você um empresário ou um consumidor da marca: que as lojas passassem a cadastrar voluntários para pintar paredes de escolas e creches ou que encabeçasse, digamos, uma campanha alertando a população sobre como diagnosticar e tratar doenças provocadas por distúrbios alimentares?
Sim, pode ser apenas uma questão de opção. Mas não é sempre assim?
Aconteceu agora há pouco, quando você entrou em uma farmácia para comprar um batom e acabou ajudando rendeiras do interior da Bahia.

Redação Macau Marketing.

Crédito da Foto
photoxpress.com