quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Quem não se hyperlinka se trumbica?


O slogan do Youtube não poderia ter previsto de maneira melhor - “broadcast yourself”. É todo mundo twittando, blogando, postando, atualizando, youtubando, down & uploadando e googlando numa velocidade e profusão sem fim. Basta um (bom) acesso a Internet e uma mente acelerada para produzir e acompanhar os assuntos que pipocam em monitores e visores de celular mundo afora. O mundo real é o virtual. Pois é lá que tudo e todos acontecem.
Todos somos e todos são geradores de pauta e conteúdo; todos nos transformamos, enfim, nos até então chamados de “formadores de opinião”. Convenhamos: guardadas as devidas proporções quanto à forma, à qualidade do conteúdo e à veracidade dos assuntos abordados, Joelmir Beting, Tessalia do BBB e o Dalai Lama desfrutam, do lado de lá de seus computadores, do mesmo poder de acesso à comunicação global.
Façamos, por exemplo, um passeio pelo Twitter.
Não se surpreenda se numa passeada despretensiosa (e especialmente se você calhar de seguir os twitteiros certos) você for o primeiro da sua entourage cá no mundo real a saber de algum acontecimento do outro lado do planeta que alguns só irão descobrir no telejornal das oito da noite - ou alguns minutos depois de você em um portal de notícias na Internet. Depois, dê uma volta pelo Facebook ou pelo Orkut. Você pode se perceber localizado e adicionado à lista de amigos de um simpático criador de lhamas no Chile que o convidará a participar de sua colheita virtual de milhos no aplicativo FarmVille; uma navegada pela blogosfera sem fim e você pode se deparar com uma opinião política totalmente maluca, ilustrada por uma foto do político em pauta no momento em estilo Pop Art - e ainda com uma ligeira garantia de que se trata de uma opinião sem rabo preso.
Ouça o discurso de posse de Barack Obama, assista ao trailer de Sherlock Holmes, divulgue para o planeta o vídeo de aniversário de dois anos de sua sobrinha, enfim... Parece não haver limites. Será?
Se acompanharmos o histórico de alguns fenômenos, pode ser que venhamos a perceber alguns que não se revelaram as grandes ferramentas de interação que prometiam – sistemas que, no fim, não deixaram grande legado. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o Second Life. Mas outros parecem ser irreversíveis. O Google e o Youtube certamente são dois gigantes que vieram para ficar e dominar as barras de ferramentas e de navegação de nossos micros. Os sites de relacionamento e o Twitter, ao que parece, também.
O fenômeno em pauta provoca, por isso tudo, uma busca natural das empresas por mãos e mentes que possam administrar esse universo em prol de seu negócio ou da causa que defendem. Esteja ou não lá, pode apostar: alguém já falou, alguém fala ou alguém ainda vai falar sobre você.
No caso dos perfis corporativos, o desafio vai além. Não basta se logar e se sentir com a tarefa cumprida. É necessário que se recrutem editores e reeditores que possam falar com propriedade do assunto, do produto ou do serviço - e mais: com uma linguagem coerente com a Internet. O gerenciamento sólido de conteúdos de redes sociais para empresas e corporações depende, dessa forma, de algumas variáveis importantes para não ficar parecendo uma coisa forçada. E isso independe de ele ser feito por alguém com perfil para isso dentro da própria empresa ou oferecido por uma agência contratada .
A primeira coisa a se considerar nesses casos é que empresas não falam. Ou seja, é interessante que quem twitta, posta e bloga tenha uma cara e seja uma pessoa. Personalizar essa comunicação é importante para que se estabeleça uma relação que, por mais virtual que seja, ainda acontece entre seres humanos, com ideias, sentimentos, sensações e impressões; há também que se cuidar para que a pessoa que cuida disso seja uma verdadeira conhecedora dos assuntos que aborda, para que não se crie um falatório superficial destinado apenas a ocupar um espaço. Pior do que não falar nada e se trumbicar é falar algo irrelevante ou previsível e cair no esquecimento.

O blog "Insights in Macau" e o perfil @macaumarketing no Twitter são as experiências-laboratório da própria Macau para falar com mais propriedade do uso institucional dessas ferramentas. Acompanhe a gente. Siga-nos também no Twitter.

Redação Macau Marketing.

Crédito da Foto

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